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Quando contei meus anos...





Esse final de semana eu parei para refletir e percebi que apesar de ter feito tantas mudanças, ainda há ao meu redor, muito daquilo que repudio; ainda há em mim muitas destas coisas. E então que como dizem, as palavras certas sempre nos encontram, vi uma parte deste texto que foi publicado por uma amiga, e por conta de uma divergência com relação a autoria, acabei encontrando um dos melhores livros que já li, nos ultimos tempos: "Eu creio, mas tenho dúvidas" de Ricardo Gondim.

Todo o livro, mas em especial o texto que reproduzo abaixo, foi como uma resposta as tantas perguntas que não saiam da minha cabeça. É desafiador, te tira da zona de conforto e te faz ver que tem muito em você daquilo que você critica no mundo. Agradeço ao universo como sempre por ter a oportunidade de ler e divido com vocês. O livro traz uma série de questões religiosas que são mais voltadas a quem é cristão, como não sou precisei abrir mão de meus próprios paradigmas para aproveitar o conteúdo, consegui fazer isso, valeu muito pena, sugiro que façam o mesmo.

Tempo Que Foge

Descobri que terei menos tempo para viver daqui pra frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras ele chupou displicentemente, mas percebendo que faltavam poucas, passou a roer o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me como invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não vou mais workshops onde se ensina como converter milhões usando uma formula de poucos pontos. Não quero me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, parlamentares procedimentos e regimentos internos. Não gosto de assembléias ordinárias em que organizações procuram se proteger e se perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.
Já não tenho tempo de administrar melindres de pessoas que, apesar da idade cronológica, são imaturas. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação" para "tirar fatos a limpo". Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.

Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis ou as diferentes traduções da Bíblia. Não quero  ficar explicando porque gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética. Gosto, e ponto final! Lembrei-me de Mário de Andrade que afirmou: "As pessoas não debatem conteúdos, debatem apenas rótulos. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos."
Já não tenho tempo para ficar explicando se estou ou não perdendo a fé. Porque admiro a poesia de Chico Buarque e de Vinicius de Moraes; a voz de Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, de Thomas Mann, de Ersnet Hemingway e de José Lins do Rego.
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente muito humana, que sabe rir de seus próprios tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para "ultima hora". Não foge da sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados e deseja andar humildemente com Deus. Caminhar perto dessas pessoas nunca será perda tempo.


Aqui o link para o livro no Google: 
http://goo.gl/JD99a

Sobre a foto: É de Bombinhas, SC, meu lugar favorito no mundo, no trapiche. 
É pra lá que eu me transporto quando quero meditar.



domingo, 13 de janeiro de 2013
Posted by Karen Oswald

O Quanto Tudo Está Conectado...






Existem umas velhas premissas que dizem que cada coisa tem o seu lugar e tempo na vida gente. Duvide delas. Aliás, nem as considere. Enquanto você tenta arrumar as coisas nas prateleiras da tua vida, tem gente que numa bagunça desvairada, é muito e intensamente mais feliz. Meu post de hoje não tem um tema específico, mas é sobre um monte de coisas e umas dúvidas que sobraram de um periodo intenso, de muitos resultados e ha tempos sem escrever.

São extremos distintamente complementares que mantém as coisas em ordem na minha vida. Não rola um etiquetamento do que é cada coisa, nem as conexões de umas com as outras, mas ainda sim, eu sempre tentei manter cada coisa em seu lugar. Nos ultimos meses, tenho fugido do senso comum de espaço e tempo, e tudo tem se encaixado melhor, ao que parece.

A gente tenta traçar uma rota pras férias, separar o trabalho da diversão, a vida social do trabalho e de tudo isso o tal do amor. Não é como separar as meias das calcinhas, nem tudo tem que estar em ordem alfabética. Não existe estado sólido nem liquido para os sentimentos e nem ordem cronológica para as gargalhadas. E ao tentar separar tudo é que a gente se embaralha.

A começar pelo trabalho que por algum motivo alguém invetou que acontece de segunda a sexta, das 8 as 18h, tem que ter chefe, cartão ponto, ser pesado. Tem que doer na alma trabalhar, senão dá culpa. Acha absurdo pensar assim? Consulte a tua consciência e umas dez pessoas e vai perceber que na pratica funciona assim mesmo, e que isso está tão errado que não faz mais sentido nenhum. Quando eu decidi que todas as minhas segundas seriam sexta-feiras, recebi de olhares indiferentes a descrença penetrante, o que felizmente pra mim, não fez diferença alguma. E hoje eu nem mesmo sei dizer quando estou trabalhando ou quando estou me divertindo, porque tudo é uma coisa só.

E se voltarmos os olhos pro amor? Queremos amores utópicos, definitivos, perfeitos. Esquece, não existem na prática do que chamamos de vida real. Ainda que existissem, não seriam mais divertidos que a boa conversa, o sexo eletrizante, o abraço químico, a cumplicidade das ideias ou prazer da conchinha. Ou ainda a paciência desajustada de um amor incompleto, que vai se aperfeiçoiando com os anos. Não vou ser hipocrita em dizer que também nunca me enganei com os amores encaixados, mas foi quando eu parei de buscar regras, que me vi mais feliz. E hoje? Hoje eu quero um amor cheio de erros e lacunas, mas que me faz crescer todos os dias. Parei de buscar formatos e entrelinhas. Quero ele assim, me ensinando enquanto aprende sobre precisar, e aprendendo sobre verdades; enquanto me encanta. Não se preocupe em ter alguém como se deve ser, procure ser alguém como se deve ser. O amor é feito de falhas, de sonhos, de sexo livre, de filmes no sofá, mas acima de tudo de iniciativa, verdade e constância. 

O teu circulo social não tem que te traduzir, você pode ser de qualquer tribo e de todas que quiser, ao mesmo tempo. Tu não precisa escolher uma causa, pode abraçar todas e o mundo, se couber. Pode andar de bermuda e tenis. Pode comer junkfood ou almoçar naquele restaurante chique do bairro esnobe. Tu vai continuar sendo a mesma pessoa. Não permita que te rotulem ou encaixotem entre marcas coloridas e etiquetas de preço. Não consigo entender como as pessoas conseguem tomar sérias decisões pelo preço ou pela marca, mas sem consultar sua essencia, sem perguntar aos seus sonhos. Já tentei me encaixar, confesso que já quis ser um template. Mas está muito além da minha vontade, está no meu DNA e na fenda que não me deixa ter uma mente fechada.

São muitas hipóteses pra considerar se tentarmos misturar tudo e viver a vida numa reta. Mas estamos todos juntos, e cada um está em si. Por isso não há como imaginar somente linhas paralelas se cruzando. Meu recado com tudo isso é que você se preocupe menos com o seu crescimento e mais com as influencias que provoca, que dê uma sacudida nos lençois e tire os tapetes da sala. Que você misture as cores que tem pra criar cores novas, que tire o cinza de trás da frente do laranja. Que você tire seus óculos escuros, olhe ao redor e veja o quanto tudo está conectado.
sábado, 13 de outubro de 2012
Posted by Karen Oswald

Make 2012 GREAT! [by Tony Roobbins]

domingo, 12 de fevereiro de 2012
Posted by Karen Oswald

Como isso mudaria a sociedade?

Ótimo speech do Michael Dell ( Shaping Ideas), publicado no Canal da Dell Brasil no Youtube.
Boa semana galera! =)

"E se o o mundo todo fosse o seu universo de talentos e você estivesse procurando as pessoas mais capacitadas. E se você desse a elas condições para trabalharem em conjunto, compartilhando e sendo produtivas, eficientes no habitat e na linguagem; fazendo aquilo que mais sabem fazer. Como isso mudaria o "mundo dos negócios"? Como isso mudaria a sociedade?" 

Michael Dell




quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Posted by Karen Oswald

Sobre o BBB - by Veríssimo



Sem nenhuma pretensão ou apelo de "hipocrisismos" achei muito bacana dividir este texto do Veríssimo sobre o Big Brother Brasil. O fato é que este tipo de programa tem público e como boa expectadora do comportamento humano, acredito que deva ter sim sua parcela do que vou chamar de "aprendizado". Agora o que não se pode admitir no meu ponto de vista é tamanha comoção, de um país inteiro, enquanto outras prioridades são preteridas.

Sou fan numero um dos textos do Luis Fernando Veríssimo, e não diferente de outras vezes, este texto diz muito do que também eu penso sobre esta situação, e aproveitando o fato que tanto movimentou redes sociais (o que só comprova a força que elas tem como veículo) e outras mídias, envolvendo o BBB, resolvi postar sobre este assunto.

Um abraço e ótima semana!
;D

Abaixo o texto:


Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. [...] Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência. 

[...] Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade. 

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis? 


Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados. 

Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia. 
Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. 
Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns). 

Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo. 


O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!! 

Veja o que está por de tra$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão. 

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores). Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores. 

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade. 

Obs.: BBB* - Big Brother Brasil 

( Luís Fernando Veríssimo
 )

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Posted by Karen Oswald

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