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Posted by : Karen Oswald sábado, 13 de outubro de 2012






Existem umas velhas premissas que dizem que cada coisa tem o seu lugar e tempo na vida gente. Duvide delas. Aliás, nem as considere. Enquanto você tenta arrumar as coisas nas prateleiras da tua vida, tem gente que numa bagunça desvairada, é muito e intensamente mais feliz. Meu post de hoje não tem um tema específico, mas é sobre um monte de coisas e umas dúvidas que sobraram de um periodo intenso, de muitos resultados e ha tempos sem escrever.

São extremos distintamente complementares que mantém as coisas em ordem na minha vida. Não rola um etiquetamento do que é cada coisa, nem as conexões de umas com as outras, mas ainda sim, eu sempre tentei manter cada coisa em seu lugar. Nos ultimos meses, tenho fugido do senso comum de espaço e tempo, e tudo tem se encaixado melhor, ao que parece.

A gente tenta traçar uma rota pras férias, separar o trabalho da diversão, a vida social do trabalho e de tudo isso o tal do amor. Não é como separar as meias das calcinhas, nem tudo tem que estar em ordem alfabética. Não existe estado sólido nem liquido para os sentimentos e nem ordem cronológica para as gargalhadas. E ao tentar separar tudo é que a gente se embaralha.

A começar pelo trabalho que por algum motivo alguém invetou que acontece de segunda a sexta, das 8 as 18h, tem que ter chefe, cartão ponto, ser pesado. Tem que doer na alma trabalhar, senão dá culpa. Acha absurdo pensar assim? Consulte a tua consciência e umas dez pessoas e vai perceber que na pratica funciona assim mesmo, e que isso está tão errado que não faz mais sentido nenhum. Quando eu decidi que todas as minhas segundas seriam sexta-feiras, recebi de olhares indiferentes a descrença penetrante, o que felizmente pra mim, não fez diferença alguma. E hoje eu nem mesmo sei dizer quando estou trabalhando ou quando estou me divertindo, porque tudo é uma coisa só.

E se voltarmos os olhos pro amor? Queremos amores utópicos, definitivos, perfeitos. Esquece, não existem na prática do que chamamos de vida real. Ainda que existissem, não seriam mais divertidos que a boa conversa, o sexo eletrizante, o abraço químico, a cumplicidade das ideias ou prazer da conchinha. Ou ainda a paciência desajustada de um amor incompleto, que vai se aperfeiçoiando com os anos. Não vou ser hipocrita em dizer que também nunca me enganei com os amores encaixados, mas foi quando eu parei de buscar regras, que me vi mais feliz. E hoje? Hoje eu quero um amor cheio de erros e lacunas, mas que me faz crescer todos os dias. Parei de buscar formatos e entrelinhas. Quero ele assim, me ensinando enquanto aprende sobre precisar, e aprendendo sobre verdades; enquanto me encanta. Não se preocupe em ter alguém como se deve ser, procure ser alguém como se deve ser. O amor é feito de falhas, de sonhos, de sexo livre, de filmes no sofá, mas acima de tudo de iniciativa, verdade e constância. 

O teu circulo social não tem que te traduzir, você pode ser de qualquer tribo e de todas que quiser, ao mesmo tempo. Tu não precisa escolher uma causa, pode abraçar todas e o mundo, se couber. Pode andar de bermuda e tenis. Pode comer junkfood ou almoçar naquele restaurante chique do bairro esnobe. Tu vai continuar sendo a mesma pessoa. Não permita que te rotulem ou encaixotem entre marcas coloridas e etiquetas de preço. Não consigo entender como as pessoas conseguem tomar sérias decisões pelo preço ou pela marca, mas sem consultar sua essencia, sem perguntar aos seus sonhos. Já tentei me encaixar, confesso que já quis ser um template. Mas está muito além da minha vontade, está no meu DNA e na fenda que não me deixa ter uma mente fechada.

São muitas hipóteses pra considerar se tentarmos misturar tudo e viver a vida numa reta. Mas estamos todos juntos, e cada um está em si. Por isso não há como imaginar somente linhas paralelas se cruzando. Meu recado com tudo isso é que você se preocupe menos com o seu crescimento e mais com as influencias que provoca, que dê uma sacudida nos lençois e tire os tapetes da sala. Que você misture as cores que tem pra criar cores novas, que tire o cinza de trás da frente do laranja. Que você tire seus óculos escuros, olhe ao redor e veja o quanto tudo está conectado.

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